segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Estava na prova, estava também nos meus pensamentos.


Kramer apaixonou-se por uma corista que se chamava Olga. por algum motivo nunca conseguiam encontrar-se.
Ele gritava passando pela casa de Olga, manhãzinha (ela dormia): Olga, Olga, hoje estou de folga! mas nunca
se viam e penso que ele sabia que se efetivamente se deitasse com ela o sonho terminaria. sábio Kramer.
Nunca mais o vi. Há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim. E por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira.
[Hilda Hilst, Estar sendo. Ter sido.]

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